Nesta terça-feira (11), começa a primeira etapa do Dream Tour, o novo circuito da primeira divisão profissional da Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). Durante a temporada de 2023, estão previstas seis etapas, nos estados de Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e Pernambuco, passando por clássicos como a Praia Mole, Fernando de Noronha e Baía Formosa.
A primeira etapa será a de Xangri-lá, no Rio Grande do Sul, com a janela dos dias 11 a 19 de abril. Mas antes de tudo isso começar, você sabe como funciona o circuito? O Blog Cutback explica!
Quantos atletas participam do Dream Tour da CBSurf?
No total, 88 surfistas se classificam para disputar o título brasileiro. Na categoria masculina, são inscritos nos eventos da temporada um total de 64 atletas, elenco que é composto por meio de classificação automática, ao top 40 do ano anterior; classificação por acesso pela divisão de acesso (Taça Brasil) ao 22 melhores colocados; e, por último, são destinadas duas vagas para wild cards, ou seja, cartas de convite, sendo uma pelo evento e outra destinada a algum atleta que se lesionou.
Na categoria feminina, o sistema é parecido: são 24 vagas totais, sendo 16 por classificação automática na tabela da temporada anterior; 7 vagas destinadas às que fizeram a melhor temporada na Taça Brasil; e uma vaga é para wild card, tanto por lesão ou por evento.
Como funciona o processo para escolher o campeão brasileiro?
O sistema é bem simples: no total, serão disputadas seis etapas. A competição na briga pelo título será decidida com as cinco melhores notas de eventos, tendo cada atleta direito a um descarte, destinado àquela etapa em que não se deu muito bem e não conseguiu juntar muitos pontos.
As colocações no surf não funcionam de forma igual aos esportes individuais simultâneos, como é o caso do atletismo. Cada colocação tem uma pontuação fixa, e os atletas podem terminar o evento em 49º, 33º, 17º, 9º, 5º, 3º, 2º ou 1º lugar (na categoria feminina, a contagem começa a partir do 17º lugar).
Confira abaixo quantos pontos podem ser arrecadados:
Como são os critérios de julgamento?
Os juízes observam as ondas de cada atleta e chegam cada um a uma nota conforme julgamento de cinco critérios já estabelecidos:
- Comprometimento e grau de dificuldade;
- Manobras inovadoras e progressivas;
- Combinação de grandes manobras;
- Variedade de manobras;
- Velocidade, força e fluidez.
Com base nesses critérios, as notas dadas podem variar de 0,0 à 10,0, com variações de décimos (exemplo: 0,7; 5,6; 8,1). Para simplificar ainda mais, há uma escala para julgar o desempenho da onda e das manobras feitas em fraca, regular, boa, muito boa e excelente.
- 0 – 1.9 = Fraca;
- 2.0 – 4.9 = Regular;
- 5.0 – 6.4 = Boa;
- 6.5 – 7.9 = Muito boa;
- 8.0 – 10.0 = Excelente.
Como funciona a premiação?
Todas as baterias terão duração de 30 minutos, e em cada uma, os surfistas terão que fazer de tudo para acumularem pontos, não apenas em busca da melhor colocação, mas também do prêmio em dinheiro. Na categoria masculina, apenas a partir do 17º lugar que os atletas têm direito a um retorno financeiro conforme seu desempenho. No feminino, a situação muda: apenas a partir do 9º lugar.
A CBSurf não faz acepção de sexo e todos os valores são iguais, tanto para homens, quanto para mulheres.
Confira agora os maiores campeões brasileiros do Circuito Brasileiro de Surfe Profissional:
CBSurf
- Mateus Herdy (SC) e Silvana Lima (CE) – 2021;
- Ian Gouveia (SC) e Yanca Costa (CE) – 2020;
- Artur Silva (CE) e Julia Santos (SP) – 2019.
Taça Brasil
- Cauã Costa (RJ) e Monik Santos (PE) – 2022.
ABRASP
- Igor Moraes (SP) e Camila Cassia (SP) – 2019;
- Krystian Kymmerson (ES) e Camila Cassia (SP) – 2018;
- Thiago Camarão (SP) e Luana Coutinho (SP) – 2017;
- Bino Lopes (BA) e Jacqueline Silva (SC) – 2015;
- Ítalo Ferreira (RN) e Silvana Lima (CE) – 2014;
- David Carmo (SP) – 2013;
- Messias Félix (CE) – 2012;
- Thomas Hermes (SC) e Diana Cristina (PB) – 2011;
- Jean da Silva (SC) e Suelen Naraisa (SP) – 2010;
- Messias Félix (CE) e Suelen Naraisa (SP) – 2009;
- Gustavo Fernandes (RJ) e Tita Tavares (CE) – 2008;
- Renato Galvão (SP) e Tita Tavares (CE) – 2007;
- Jihad Kohdr (PR) e Andréa Lopes (RJ) – 2006;
- Fábio Gouveia (PB) e Silvana Lima (CE) – 2005;
- Renato Galvão (SP) e Silvana Lima (CE) – 2004;
- Leonardo Neves (RJ) e Tita Tavares (CE) – 2003;
- Leonardo Neves (RJ) e Andréa Lopes (RJ) – 2002;
- Tânio Barreto (AL) e Andréa Lopes (RJ) – 2001;
- Peterson Rosa (PR) e Tita Tavares (CE) – 2000;
- Peterson Rosa (PR) e Andréa Lopes (RJ) – 1999;
- Fábio Gouveia (PB) e Brigitte Mayer (RJ) – 1998;
- Victor Ribas (RJ) e Deborah Farah (RJ) – 1997;
- Joca Júnior (RN) – 1996;
- Ricardo Toledo (SP) – 1995;
- Peterson Rosa (PR) – 1994;
- Tinguinha Lima (SP) – 1993;
- Jojó de Olivença (BA) – 1992;
- Ricardo Toledo (SP) – 1991;
- Tinguinha Lima (SP) – 1990;
- Pedro Muller (RJ) – 1989;
- Jojó de Olivença (BA) – 1988;
- Paulo Matos (SP) – 1987.
Principais recordes da ABRASP – 1987 / 2010
Maior número de títulos brasileiros de surf profissional
- 4 – Andréa Lopes (RJ) – 1999 / 2001 / 2002 / 2006;
- 4 – Tita Tavares (CE) – 2000 / 2003 / 2007 / 2008;
- 3 – Peterson Rosa (PR) – 1994 / 1999 / 2000;
- 2 – Jojó de Olivença (BA) – 1988 / 1992 Leonardo Neves (RJ) – 2002 / 03;
- 2 – Tinguinha Lima (SP) – 1990 / 93 Fábio Gouveia (PB) – 1998 / 2005;
- 2 – Ricardo Toledo (SP) – 1991 / 1995 Renato Galvão (SP) – 2004 / 2007;
- 2 – Silvana Lima (CE) – 2004 / 2005 Suelen Naraisa (SP) – 2009 / 2010.
Campeões brasileiros mais jovens na história da ABRASP
- 20 anos, Peterson Rosa (PR) em 1994;
- 19 anos, Silvana Lima (CE) em 2004.
Maior número de vitórias em etapas:
ABRASP / WQS / SuperSurf / BSP
- Peterson Rosa (PR) 10, completou em 2008;
- Pedro Muller (RJ) 09, completou em 2004;
- Victor Ribas (RJ) 06, completou em 2003;
- Fábio Gouveia (PB) 06, completou em 2005;
- Jojó de Olivença (BA) 05, completou em 1996;
- 05 vitórias: Tinguinha Lima (SP), completou em 1997 / Joca Júnior (RN), completou em 2000 / Renato Galvão (SP), completou em 2008.
Esta matéria foi escrita por Tayná Freitas e Lucas D’Assumpção.
Foto em destaque: divulgação/CBSurf.
Fonte de pesquisa: CBSurf/ABRASP.